terça-feira, 22 de novembro de 2016

Materialismo Histórico e Dialético... E polêmicas:

Dialética e contradição


Como vimos, Marx e sua geração foram fortemente influenciados por Hegel.  Hegel, autor de “a Fenomenologia do Espírito” já havia morrido bem antes de Marx ingressar na universidade.  Hegel argumentava que, na lógica formal, a contradição é a manifestação de um defeito.  Mas ensinava também que a lógica formal tem validade limitada e não é capaz de captar todos os problemas humanos.  Marx captou essa idéia e aprendeu lendo Hegel que a vida é essencialmente movimento, e que não há movimento sem contradição. 
Marx acreditava que a contradição desempenha na vida um papel diferente daquele da lógica formal: há sempre alguma contradição, algum problema pendente, alguma nova contradição alguma que foi superada.  A tia do professor tem varizes.  Havia, nesta época, filósofos que abusaram da lógica formal e estudaram as relações como  se cada um de seus componentes fosse essencialmente fixo.  A leitura que fizeram da lógica formal os fez desprezar a idéia de movimento dos seres como uma constante alteração da qualidade dos seres.  Marx os chamou de filósofos metafísicos por acreditarem que movimento  era só mudança quantitativa e superficial da realidade.  Coloque essa mistura em uma tigela e acrescente os outros ingredientes com exceção do fermento. Misture até virar uma massa homogênea.. Os metafísicos pretenderam analisar cada coisa em separado e, só depois, derivar relações.  Seguindo o que aprendeu da dialética de Hegel, Marx acreditava que seres e coisas estão em permanente mudança e estão relacionados mutuamente. É necessário considerar suas ligações recíprocas desde o início: isto é, O que permite ler o seu significado é a forma como dialogam entre si, não o seu sentido isolado.
Marx modificou o método da dialética de Hegel e passou a aplica-lo à evolução da sociedade. Não apenas seres e coisas mas fatos e relacionamentos históricos foram observados e interpretados sob o princípio do movimento e da contradição fundamental entre capital e trabalho.

Marx acreditava que a solução dos problemas humanos tinha uma raiz material. Acreditava que é na vida material onde crescem e se consolidam as formas de desigualdade social.  Se opôs a Hegel na Crítica da Filosofia do Direito , afirmando que as soluções jurídicas  se originariam em representações superficiais dos conflitos. Por esse motivo seriam e soluções inócuas. Dizia Marx que “o poder material só pode ser vencido pelo poder material” . É claro que houve críticas de quem estranhava a sugestão de que as idéias poderiam ter menos valor. A isso Marx respondeu dizendo “ A teoria também se transforma em uma força material  quando se apodera das massas. Em “A Sagrada Família” Marx  radicalizou dizendo que “As idéias nunca podem realizar nada, pois para a realização das idéias é preciso que os homens ponham em ação uma força prática”.  Achava que havia uma tendência aristocrática no idealismo quando este propunha a mudança do mundo pela transformação no interior dos espíritos. O materialismo filosófico ia em outra direção, afirmando que se o homem é formado pelas circunstâncias, o que é preciso é formar as circunstâncias humanamente. 

O materialismo científico de Marx difere do materialismo filosófico quando este prefere entender a consciência humana como registro mecânico do ambiente, como se os indivíduos fossem meros produtos do meio. Esta é a base da crítica ao filósofo Feuerbach, que vocês leram em  A Ideologia Alemã. Os filósofos a quem Marx endereça sua crítica viam o homem como ser biológico e não como ser social.  Marx afirma que “ As circunstâncias fazem o homem na mesma medida em que este faz as circunstâncias”. Quis dizer que não existe um ser humano em geral nem em situação de contemplação em geral. O homem existe em relação com outros homens e em intervenção ativa sobre a natureza. Sem perceber a intervenção ativa do homem e que a consciência não é meramente resultado de impressões exteriores sobre indivíduos passivos não há conhecimento válido. Tal como o limite da lógica formal é a vida prática, o limite de todo conhecimento filosófico é a fronteira com a realidade material. A superação do limite da filosofia é a ciência transformadora. Conhecimento contemplativo é abstração que reduz o papel histórico da humanidade, que aliena.

É por tudo isto que Marx, na “Introdução à Crítica da Economia Política” argumenta que não há nem produção em geral, nem propriedade em geral e  nem segmentação isolada e fixa da produção. Tampouco a economia política pode pensar as idéias_ mesmo as idéias transformadoras_ como mera evolução do “espírito humano” quando são, na verdade desdobramento das transformações que a humanidade causou no ambiente e em si mesma. A ordem política ou econômica não tem existência ontológica, isto é, acima das relações humanas. A sociedade não é um ente metafísico mas materialmente concreto até na forma como produz significados subjetivos.

 Vemos com isso que o materialismo e a dialética de Marx são originais e possuem um projeto humanista que despreza fórmulas fixas e acabadas. Ao mesmo tempo se apóiam e procuram superar outras visões sobre a própria ciência.

Religião e política


Em 1844, o filósofo Bruno Bauer escreveu um artigo sobre a chamada questão judaica.  Dizia o amigo de Marx que os judeus agiam de forma egoísta  ao se preocuparem exclusivamente com a luta pela conquista da liberdade religiosa.  Seria um luta limitada ao objetivo de poderem praticar sua religião tradicional sem restrições. Para Bauer,o real objeto de luta deveria ser a libertação política do gênero humano e não particularmente de seu segmento religioso.  Marx, que nascera numa família judia convertida ao protestantismo por pressão política, gostou do argumento de Bauer mas achou que deveria ser desenvolvido.  Em fevereiro daquele ano, Marx publicou “A Questão Judaica”  na revista Anais Franco-Alemães. Em seu artigo, Marx radicaliza o argumento de Bauer e diz que “A emancipação política não é, ainda, a emancipação humana”. A verdadeira liberdade depende exige que se transformem mais que as leis. É preciso mudar o sistema de produção e distribuição de riquezas. A liberdade política depende, em última instância da liberdade econômica, acredita ele.  Enquanto a propriedade privada e a forma capitalista  como se dá a divisão do trabalho restringirem  a atividade do homem, não haverá liberdade.

Marx se refere tanto ao judaísmo quanto ao cristianismo (as grandes religiões do ocidente) como ideologias resultantes das sociedades divididas em classes. São formas de protesto contra a injustiça mas insuficientes para gerar a transformação das condições injustas vividas pelos homens.   Por isso, as religiões tendem a pregar a resignação e o conformismo. Daí vem a famosa metáfora narcótica da religião sendo o ópio do povo.
Em resumo, não adianta combater efeito sem modificar a causa do problema.  O exemplo da causa religiosa ilustra bem o que Marx tinha em mente como forma de transformação: Enquanto Bauer acreditava na emancipação do gênero humano pela política, Marx dizia que a transformação deveria ser na estrutura social e econômica da sociedade.

Polêmica com os Anarquistas  Proudhon e Bakunin

Em 1846, Marx recebeu um presente do anarquista Proudhon, a quem convidara para integrar uma rede de promoção de idéias comunistas.   O presente era um livro intitulado Sistema das Contradições Econômicas – A filosofia da miséria”. Nele, o autor, que declinara do convite de Marx, condenava o que chamou de filosofia que procurava explorar a miséria dos trabalhadores, conduzindo-os por caminhos revolucionários.   Proudhon achava a via revolucionária um caminho equivocado e propôs, por carta, que o livro fosse uma “palmatória a ser aplicada ao autor alemão. 
Marx se ocupou em dar resposta sob o titulo irônico de  “A miséria da Filosofia” em que acusava o francês de ser um pequeno burguês que, da dialética de Hegel só tinha o vocabulário.  Acusava-o de só procurar distinguir o lado bom e o lado mau das instituições e fenômenos, sem, contudo examinar a sua complexidade relacional.  O livro do anarquista simplificara, para Marx,  forçadamente a sociedade. Seria um comportamento típico do pequeno-burguês, dizia Marx, essa contradição de repelir a ideologia da classe operária quanto mais a alta burguesia o proletarizava.  Não se sabe se o que mais irritou Marx foi a provocação da tal “palmatória” ou os argumentos de Proudhon baseadaos na idéia da “natureza humana” acima da história.
Proudhon  endereçou desaforos pessoais a Marx e ratificou seu afastamento com um argumento anti-semita: “ Os judeus envenenam tudo”. E, numa declaração surpreendente para um libertário, declarou: “Devia-se enviar essa raça para a Ásia, ou então exterminá-la”.

Marx e Bakunin se conheceram em Paris uma ano antes da polêmica com Proudhon. Aparentemente, mesmo com divergências os autores se respeitavam a ponto de Bakunin se declarar discípulo de Marx.  Mas em 1868 A Associação Internacional dos trabalhadores foi palco da disputa entre bakuninistas e marxistas. Aliás é Bakunin quem primeiro prefere chamar o pensamento de Marx de “marxiano”, não como uma definição teórica, mas pejorativamente com sentido de pensamento pessoal de Marx.  Os Bakuninistas acusavam os “marxianos” de serem estatistas e, por isso, anti-anarquistas.  A visão de Bakunin era de que uma grande greve geral levaria automaticamente à superação do Estado e acusou Marx de conduzir ditatorialmente a organização.  A disputa resultou na expulsão dos bakuninistas da Internacional. Em carta de crítica a decisão, disse bakunin: “ acredito que o sr. Marx é um revolucionário muito sério, quase sempre muito sincero, que deseja realmente o levante das massas; e eu me pergunto como ele faz para não ver que o estabelecimento de uma ditadura universal, coletiva ou individual, de uma ditadura que fazia de algum modo o trabalho de um engenheiro chefe da revolução mundial, regulamentando e dirigindo o movimento insurrecional das massas em todos os países com se dirigisse uma máquina, que o estabelecimento de tal ditadura bastaria por si só para matar a revolução”. Expulso em 1872,  Bakunin deixou a política. A unidade da diversidade mostrou-se naquele momento inviável.
Referências:
KONDER, Leandro.Marx vida e Obra.
GUERIN, Daniel. Bakunin, textos escolhidos.
E , para preparar seus corações para o 18 Brumário de Luiz Bonaparte...


domingo, 11 de setembro de 2016

Bases do Materialismo Histórico Dialético e sugestão de exercício


Na semana passada o grupo que ocupa o governo brasileiro anunciou que seus planos são permitir a jornada de 12 horas de trabalho sem hora extra e a "flexibilização" dos contratos de trabalho. Empresas de comércio de informação divulgaram que assim se criarão mais empregos. Minha sugestão é que pensem sobre como uma intervenção crítica é possível a partir de alguns fundamentos que estamos estudando. Aqui vai uma resenha do conteúdo que liga a última aula às da semana de 12 de setembro:
Os principais temas para desenho do materialismo histórico e dialético que Marx abordou foram:

1o. A concepção de “autocriação” progressiva do homem. A idéia de movimento dos entes naturais e dos seres do reino animal é transposta para a história. Marx está, como vimos, influenciado pela idéia original de Hegel. Só que seu antecessor não pretendeu aplica-la à história. Como diz o próprio Marx nos Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844  : “ A totalidade daquilo a que damos o nome de história universal não é senão a história da criação do homem pelo trabalho humano...”.   O Materialismo de Marx não vê o homem em sua essência a-histórica, mas pelo sentido e pelos definidores de sua permanente mudança.

2o. O conceito de alienação.  Nas obras mais tardias, Marx prefere não usar este termo para não ser confundido com os filósofos que falaram de uma alienação em relação à tal essência imanente da humanidade.  Queria marcar uma diferença entre o materialismo e a filosofia abstrata.  No próprio manifesto se lê que Marx acusa de “disparates filosóficos”  as afirmações dos tais filósofos que falam a respeito de uma “alienação da essência humana”. O problema não é a essência como conceito, mas ser esta tomada como faculdade exterior à mudança. Ou seja, o que seu velho e rabugento professor chamou nas primeiras aulas de “natureza humana mutável historicamente”.  O que faz do homem o homo sociologicus é seu caráter artificioso, sua capacidade de criar ficções institucionais, convenções abstratas que ordenam a vida coletiva. Religião,  moral, Estado, mercado, sexualidade, subjetividade, indivíduo e família são exemplos. Não quer dizer que não existam formas menos concretas que manifestações do mundo físico, mas que historicamente ocupam seu espaço condicionados por certas circunstâncias materiais. Em outras e resumidas palavras: alienação é um fenômeno histórico e não um fenômeno em relação a algum suposto essencialismo. Tentem pensar assim: “essência”, “natureza” e “imanência” estão contidos em Idealismo.  “Movimento”, “transformação”, “contradição” e “conflito” em Materialismo Histórico.

3o.  A base da teoria do Estado e da sua superação numa sociedade futura. Marx criticou a filosofia do estado de Hegel, mesmo tendo uma idéia vaga da ordem social que viria depois do capitalismo.   No entanto, a tese de que  a abolição do Estado (como instância que detêm o monopólio juridicamente legítimo da força) pode ser realizada através da eliminação da esfera independente do “político” manteve-se como uma das suas idéias motrizes no período que se convencionou chamar de sua “maturidade”. Ou, seja depois que escreve  “O Capital”. Em outras palavras: a esfera política é específica como objeto de estudo mas não é independente das mesmas relações materiais que determinam outras artificialidades e convenções sociais radicadas na vida material.  Para desespero e rancor dos cientistas políticos enciumados.

4o. Os principais rudimentos do materialismo como perspectiva de análise social. Sua proposta não é substituir  a antiga filosofia por uma nova. Ele repudia a filosofia _ de onde se formou_ e adota um ponto de vista social e histórico. Nasce aí o meu prazeroso ganha-pão. Como sustentou desde os tais “Manuscritos econômico-Filosóficos” de 1844, o capitalismo tem raízes numa determinada forma de sociedade, cuja principal característica estrutural é a relação de classe dicotômica entre capital e trabalho assalariado.

5o. Uma concepção básica da teoria da práxis revolucionária. Marx quer substituir a tal “consciência de si mesmo” da errônea noção de homem abstrato. Não há homem ou natureza em geral.  E as mudanças sociais  só podem existir  através da união da teoria e da prática. Da junção entre compreensão teórica do mundo e noção de que todo conhecimento serve á intervenção política.


As noções fundamentais, em torno das quais se encaixa o resto da teoria: Divisão do trabalho; formas históricas de manifestação a propriedade e conflito capital X trabalho. 

Referência: GIDDENS, Anthony, Capitalismo e Moderna Teoria Social

Bonus track outra homenagem à modernidade: Rolling Stones: "Solidariedade pelo diabo" / "Sympathy for the devil" 

"Por gentileza, permita que eu me apresente
Sou um homem de riqueza e requinte
Estou por aí faz um bom tempo
Roubei as almas e a fé de muita gente
(...) Prazer em Conhecer
Espero que adivinhem meu nome
Mas o que pode te confundir 
É a natureza do meu jogo"
"

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Comentários e referências para as aulas de 31/8 e 5/9 de 2016 ( + Bonus track do Pearl Jam no fim do texto)

Karl Heinrich Marx
1818-1883

Marx foi um autor que teve pontos em comum e pontos que o particularizam entre os autores de sua época. Como era típico ao longo do século XIX, acreditava que a ciência era a mais objetiva forma de conhecer os fenômenos. Daí procurou aplicar esse princípio à forma como deveriam ser estudados os fenômenos históricos e sociais.  Utilizou sua formação em filosofia para mostrar que mais que interpretar o mundo e explicar a sociedade pelas idéias que  predominam, deve-se explicar o mundo pela forma como ele se organiza para produzir riqueza. Esse era o seu propósito distintivo. Com seu co-autor mais freqüente Friedrich Engels, Marx buscou criar uma ciência social voltada para a intervenção e transformação, além da explicação dos fenômenos.  A filosofia de sua época, para ele, não explicava o mundo em crescente e rápida transformação. E eram as mudanças na economia política que davam base para as novidades e rupturas que começavam a se esboçar.  Embora seja um erro supor que Marx derivava tudo do mundo econômico, ele toma como referência fundante em suas explicações o que associa trabalho, classificação econômica dos grupos sociais e seu resultado histórico na organização política, nas leis e na ideologia de uma época.

Uma Ciência do mundo material.


Marx percebeu que o comportamento das pessoas mudara em relação ao passado.  Crenças e formas de associação tinham um parentesco com a forma predominante de organização da produção no mundo: o Capitalismo industrial.
O capitalismo era a base que distinguia o momento histórico que Marx estudava: as idéias, leis e a forma como os povos se governavam eram adequadas ao capitalismo que cria um novo caráter para o trabalho e distribuição das tarefas entre quem produz, quem detém os meios de produção, quem governa, quem obedece.  O trabalho assalariado é uma manifestação distinta do capitalismo. Sua marca registrada.  O trabalhador não é servo, não é propriedade do patrão como o escravo, é na verdade dono apenas de sua capacidade de trabalho. Essa capacidade de trabalho é vendida ao patrão. O preço pago é o salário, que por definição é menos valioso que a riqueza que o trabalhador confere ao seu produto.  Essa é a forma básica de exploração capitalista. Antes de obter lucro com a venda de um produto o capitalista já ganha pela expropriação do valor do trabalho assalariado.  Os trabalhadores, chamados de proletários, e os capitalistas ou burgueses são co-dependentes, embora a exploração dos segundos sobre os primeiros seja flagrante e incorpore mais que a vida econômica.  Para superar essa desigualdade injusta, Marx chega a conclusão de que só a exploração mundial e intensa do proletariado poderia dar aos trabalhadores as condições de consciência crítica e organização capazes de transformar sua condição de classe, e com isso a forma como as tarefas são dispostas, e todo o modo de produção do capitalismo.  Mas para chegar a essa conclusão tão sedutora para os descontentes do mundo todo, Marx precisou seguir as regras da ciência objetiva, aquela em que ele tanto acreditava, antes de ter pronta sua doutrina política.  Alguns pontos são básicos na sua metodologia:

Materialismo Dialético: A expressão materialismo dialético foi primeiramente usada por Engels. No entanto, a idéia já havia sido esboçada por Marx em A Ideologia Alemã (publicado somente em 1932) e nas teses sobre Feuerbach, 1845, em Miséria da Filosofia. 1847 e finalmente apresentada no prefácio da Contribuição para a Crítica da Economia Política, 1859. Para Marx, a matéria é eterna e infinita. Isso significa que não foi criada por quem quer que seja. No seu livro A Sagrada Família, Karl Marx afirma: “entre os problemas inerentes a matéria, o movimento é a primeira e a melhor, não somente como movimento mecânico e matemático, mas ainda mais como instinto, espírito vital, tendência, tormento da matéria. As formas primitivas da matéria são forças naturais vivas, individualizantes, inerentes, e são elas que produzem as diferenças especificas. O movimento da matéria é a base de todo o fenômeno da Natureza. Ë pelo movimento que se compreende a contradição. Quando não há contradição não há movimento.” O conceito de contradição vem de Hegel. Para quem o significado abrange todo o movimento e toda manifestação de vida. Constitui, também, aquilo que condiciona a passagem de um ser a um ser superior. A contradição representa o negativo, isto é, aquilo que se inclina á superação de um ser. Dessa forma, da semente nasce um planta, do adolescente surge o adulto e do ovo nasce um pintinho. Há algo interno a esses seres que os supera, os modifica, transformando-os em novos seres. Aceitando o princípio de contradição de Hegel, Marx toma-o em lei fundamental da sua dialética ao aplicá-lo à realidade social. As classes sociais constituem os pontos opostos da contradição. De um lado, os proprietários, do outro, os operários. A classe dominada, o operariado, representa o negativo, pois é ela, segundo Marx. que vai transformar a sociedade. Assim sendo, a história da humanidade é a historia da luta de classes. No entanto, para aprofundar o conhecimento acerca do movimento da matéria é essencial compreender a Dialética da Natureza. Marx explicou o que é Dialética da Natureza no posfácio da segunda edição de O Capital:
 Meu método dialético, por seu fundamento, difere do método hegeliano, sendo a ele inteiramente oposto. Para Hegel, o processo do pensamento — que ele transforma em sujeito autônomo sob o nome de idéia — é o criador do real, e o real é apenas sua manifestação externa. Para mim, ao contrário, o ideal não é mais que o material transposto par a cabeça do ser humano e por ela interpretado. A mistificação por que passa a dialética nas mãos de Hegel não o impediu de ser o primeiro a apresentar suas formas gerais de movimento, de maneira ampla e consciente. Em geral,, a dialética está de cabeça para baixo. E necessário pô-la de cabeça para cima, a fim de descobrir a substância racional dentro do invólucro místico.
Segundo Marx, Hegel acredita na idéia ou espírito como realidade, e que a dialética é como a própria vida. Marx não pensa assim. Para o autor de O Capital, a originalidade fundamental das coisas é a matéria. Encorajado por Marx, Engels escreveu Dialética da Natureza. Nesses livro, Engels afirma que o homem está intrinsecamente ligado à matéria da qual é seu produto superior. Também expõe seu pensamento acerca da Dialética da Natureza:
“as leis da Dialética são, portanto, extraídas da história da Natureza, bem como da sociedade humana. E que não passam de leis mais gerais de ambas as fases do desenvolvimento histórico, assim como do pensamento. Reduzem-se principalmente a três: a lei da transformação da quantidade em qualidade, e vice-versa; a lei da interpenetração dos contrários; a lei da negação da negação.”

Materialismo Histórico: Segundo Marx, a análise objetiva da realidade vai revelar que todos os grandes movimentos políticos, sociais e intelectuais da História foram condicionados por razão econômica. O Materialismo Dialético revela que todo o sistema econômico baseada na relação de produção e troca evolui até atingir um máximo de eficiência, à qual se segue um período de decadência. Assim que se inicia um período de crise, o sistema oposto começa a surgir e acaba por absorver o anterior, preservando no entanto, o que de bom havia no sistema anterior. A evolução não é sem conflito uma panela, misture o leite condensado, a margarina e o chocolate em pó Leve ao fogo baixo e mexa sem parar, até ficar no ponto de brigadeiro mole Retire do fogo e misture o creme de leite, incorpore bem e distribua nos copinhos Enfeite com granulado ou com bolinhas de chocolate Na Antigüidade, a luta era entre amos e escravos, patrícios e plebeus. Na Idade Média, o conflito era entre os mestres das corporações de ofícios e os aprendizes. Na Idade Moderna, o conflito era entre o capitalista e o proletário. Para chegar a essas conclusões, Marx utilizou-se de dois conceitos criados por ele mesmo: o de infra-estrutura e o de superestrutura. Segundo Marx: “a estrutura econômica da sociedade é a base real sobre a qual se eleva a superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem as formas determinadas de consciência social...
 O modo de produção da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da vida social, política e espiritual. As idéias da classe dominante são também as idéias predominantes em cada época, ou seja, a classe que é a força material dominante da sociedade é também a força espiritual dominante. A classe que dispõe dos meios da produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios da produção intelectual, se bem que, por essa razão, as idéias daqueles que não dispõem dos meios de produção intelectual ficam sujeitas à classe dominante. As idéias predominantes são apenas a expressão ideal das relações materiais predominantes, são as relações materiais predominantes apresentadas sob a forma de idéias, portanto a expressão de relações que fazem de uma classe a classe dominante.

Ideologia Alemã: Trata-se de uma obra, que trata do conceito de ideologia. Marx formula a tese de que as idéias são uma expressão das condições materiais da vida, o que equivale estabelecer um nexo entre as condições sociais, econômicas e políticas, de uma comunidade ou indivíduo, e as formas de consciência dos mesmos. Assim, para Marx, o lugar de nascimento das ideologias é a sociedade. O conhecimento e a consciência não nascem puros, porque nascem impregnados da realidade, ( leve ao forno duas rodelas de cebola, a berinjela e o alho) que é sempre ambígua e contraditória, e só se articulam através da linguagem, como quem diz. através da história, cristalizados através de palavras, das culturas e dos povos.

A Síntese de Marx: o Homem e a História

O desenvolvimento histórico, porém, não é reduzido nunca por Marx a termos causais lineares. A realidade é para ele uma realidade humana, não só por ser modelada pelo Homem, mas também porque age sobre o próprio Homem. Isso nos ajuda a compreender a distinção entre o que se costumava chamar de "base material" (infra-estrutura) e a "superestrutura", "as forças produtivas" e "as relações de produção", ou ainda, como Engels teria dito, entre "matéria" e "espírito". As primeiras, as forças produtivas, podem ser vistas, agora, como uma atividade humana consciente que visa a preservar as condições de vida humana. As segundas, as relações produtivas, podem ser compreendidas como a consciência humana, que oferece razões, racionalizações, legitimações, justificações para as formas especificas tomadas por aquela atividade.

Isso mostra, de certa maneira, como a epistemologia de Marx ocupa uma posição intermediária entre o materialismo clássico e o idealismo clássico. Vejamos, por exemplo, a opinião de Marx sobre o "indivíduo“ e a "sociedade": para ele, não são duas entidades mutuamente exclusivas; cada conceito inclui, em si mesmo, certos momentos do outro. A dicotomia entre o ser e a consciência pode ser superada por uma visão radical da unidade do indivíduo e da sociedade. O indivíduo é o ser social. O pensamento e o ser são realmente distintos, mas também formam uma unidade. Como a sociedade não existe, segundo Marx, como entidade distinta dos indivíduos, as mudanças nos indivíduos representam, inevitavelmente, mudanças na sociedade, e mudanças nas circunstâncias sociais são também mudanças nos indivíduos.

Já se disse que a grande realização de Marx está na utilização de certos aspectos da política e da Filosofia (embora rejeitando outros), em grande parte de Hegel e Feuerbach, e na formulação de uma síntese destinada a criar uma doutrina e um movimento. Houve duas características importantes do sistema de Hegel que Marx rejeitou gradualmente: primeiro, ele rejeitou a noção de compreensão total que leva à conciliação da mente com o mundo tal como é, em lugar de transformar o pensamento num instrumento para a modificação do mundo. Enquanto os Jovens Hegelianos ainda acreditavam na eficiência da crítica teórica, o jovem Marx sintetizava o socialismo owenista e a teoria econômica ricardiana, e combinava a Filosofia alemã com o seu conhecimento do proletariado francês, para formar uma doutrina revolucionária.

Segundo, Marx rejeitou a justificação hegeliana do Estado e a manutenção do status quo, situação na qual os homens individuais eram subordinados às suas exigências. As opiniões de Marx também se opõem diretamente às dos organicistas-positivistas e funcionalistas que, a partir de suposições sobre a sociedade, tratam-nas como se fossem objetivamente válidas, e chegam a reificar a sociedade. Apesar dessas rejeições, havia um aspecto da Filosofia de Hegel com o qual Marx concordava: tinham em comum uma Filosofia da História.

Hegel o havia convencido de que a totalidade do mundo é um conjunto ordenado, que o intelecto pode compreender e dominar. Marx colheu em Hegel a noção de que há um significado objetivo na história e que esta é a autocriação progressiva do Homem. É um processo cuja força propulsora é o trabalho humano; o Homem produz tanto a si mesmo como ao seu mundo e o faz através da atividade prática que modifica sua própria natureza e ao mesmo tempo transforma a natureza externa. A história é, portanto, o registro dessa transformação. Marx ressaltou que o homem devia ser visto historicamente; aquilo que ele faz de si mesmo depende da interação de suas forças com o ambiente e as instituições da sociedade feitas pelo homem. A crítica de Marx da sociedade é motivada pela incapacidade da sociedade de compreender o potencial do Homem. A liberdade, para ser autêntica, tem de ser universal; por isso, o indivíduo só pode ser livre depois que todos os homens forem livres. Esses pensamentos utópicos têm base na Filosofia da Razão de Hegel e na concepção da natureza humana de Feuerbach. Marx usa a dialética hegeliana do sujeito-objeto de modo a eliminar a unilateralidade do materialismo mecanicista, que postula o Homem como um receptáculo passivo de uma Natureza imutável. Mas, por outro lado, ele também vê que a autocriação do Homem envolve as necessidades reais dos seres humanos empíricos que Hegel havia esquecido. Para Marx, o homem é realmente ele mesmo na medida em que é capaz de re-conhecer-se no universo, feito pelo homem, que o cerca. A alienação é a incapacidade de atingir a auto-realização. A superação da alienação é, portanto, a meta final do processo histórico, o momento em que todas as potencialidades da natureza do Homem são realizadas. Duas idéias contraditórias existem lado a lado: a alienação, a noção de que o Homem é impotente para agir, e o outro lado da moeda, a noção de que o mundo do Homem é apenas a sua praxis, a sua atividade humana. Vamos acompanhar agora a evolução e o significado desses termos, desde sua origem hegeliana, para melhor compreender a significação plena do pensamento social e político de Marx.

Duas Visões da Alienação: Hegel e Marx

Para Marx, o trabalho é a atividade humana essencial; somente os homens são capazes de agir deliberadamente sobre o mundo, mudando-o. Isso contrasta com Adam Smith, para quem o ócio era o estado ideal do homem, e o trabalho era uma atividade coerciva. Mas Marx nega isso, e afirma que o trabalho realiza a espontaneidade humana e tem o mais alto valor potencial. Na sociedade tal como existe, o trabalho é coercivo não devido à sua natureza, mas devido às condições históricas sob as quais é realizado. Nas condições da economia capitalista, a produção é realizada em circunstâncias tão alienadoras que o trabalho, a atividade criativa do homem, o processo que chamamos de "objetificação", se torna um processo de desumanização.
Marx argumenta ser da natureza do Homem produzir objetos nos quais ele se reflete, cercar-se de um universo feito pelo homem. Mas os objetos, os produtos da atividade auto-realizadora e criativa do trabalhador, são a este tomados. Ele é incapaz de ser dono do produto de seu trabalho, e se torna estranho à sua própria criação, que o enfrenta como algo hostil e alheio. Essa alienação do homem e seu produto também implica a sua alienação em relação aos outros homens. A precondição da existência é o trabalho, mas no capitalismo o próprio trabalho transformou-se numa mercadoria.

O trabalhador é relacionado com o produto de seu trabalho como um objeto estranho. O objeto que ele produz não pertence a ele, domina-o, e só serve, a longo prazo, para aumentar sua pobreza. A alienação surge não só no resultado, mas também na produção e na própria atividade produtiva. O trabalhador não está à vontade no seu trabalho, que ele considera apenas com um meio para satisfazer outras necessidades. E uma atividade dirigida contra ele próprio, independente dele e que não lhe pertence. Em terceiro lugar, o trabalho alienado consegue alienar o homem da sua espécie. A vida da espécie, a vida produtiva, a vida criadora de vida, transforma-se num simples meio de manter a existência individual do trabalhador, e o homem é alienado de seus semelhantes. Finalmente, a própria natureza é alienada do homem, que com isso perde seu próprio corpo inorgânico.

Marx afirma que o Homem é alienado da Natureza, de si mesmo e da humanidade, e que esses aspectos estão relacionados entre si. O trabalho se torna não a satisfação de uma necessidade, mas apenas o meio para a satisfação de outras necessidades. A vida do trabalhador se torna, para ele, apenas o meio que lhe permite existir. Em outras palavras, o sujeito humano se torna o objeto de seus próprios produtos; visto a essa luz, o capital é o ego alienado do homem.

Como muitas das idéias de Marx, a noção de alienação vem diretamente de Hegel, mas ainda uma vez não é apenas uma questão de derivação, mas de confronto com as idéias dele. A crítica que Marx faz da noção de alienação de Hegel é uma reformulação de sua crítica geral do idealismo filosófico. Antes, porém, de voltarmos nossa atenção para esse aspecto, vamos examinar rapidamente a visão de Hegel sobre alienação.

A Visão Marxista da Alienação

A alienação, em suas formas diferentes, é um conceito central em toda a obra de Marx e mostra a continuidade de seu pensamento. Ele discute muitos tipos de alienação : a religiosa, que se manifestou quando Deus usurpou a posição do Homem, se assim podemos dizer; a filosófica, quando a Filosofia era meramente especulativa, preocupada apenas com abstrações: o pensamento puro, que reduzia o homem e a história a um processo mental. Havia também a alienação política e econômica. Todas elas encerravam a idéia comum de que o Homem havia falhado a alguém ou a alguma coisa que era essencial à sua natureza. Em todas essas diferentes formas, alguma outra entidade obtinha o que deveria caber ao Homem – o direito.do controle de suas próprias atividades. Essa alienação reflete-se, na vida real, também na forma de sua ideologia. por exemplo, a Economia Política é considerada como tendo uma realidade objetiva ontológica com "leis" que regulam independentemente a atividade humana. Mais uma vez, o sujeito humano se transforma no objeto de seus produtos, isto é, a alienação faz do Homem um predicado de seus produtos. Os objetos, mercadorias, os produtos do Homem, se tornam o seu senhor, enquanto o Homem, como trabalhador, se torna um ser sem objeto.

A conseqüência necessária desse sistema, da relação externa do trabalhador com a Natureza, com outros, consigo mesmo, do trabalho alienado, é a propriedade privada. Marx sustentava que a propriedade não era a realização da personalidade, mas sua negação. A posse de propriedade implica sua não-posse por outrem. A solução de Marx para esse problema foi a abolição do capital e de todas as relações de propriedade. Para abolir a alienação, outro pré-requisito necessário teria de ser a abolição da divisão do trabalho. No momento, a divisão do trabalho reduz o Homem, pois faz da ocupação que lhe é atribuída a sua principal característica.

Marx afirmou que nas sociedades atuais a criação de objetos, em lugar de contribuir para que o homem se realize, provoca a alienação, mas nas sociedades futuras a objetificação levará ao desdobramento de todas as potencialidades humanas. Em lugar de antagonismo, haverá mutualidade: "A abolição positiva da propriedade privada e da apropriação da vida humana é, portanto, a abolição positiva de toda alienação, e com isso o afastamento do homem da religião, família, Estado, etc., e a volta para o seu ser humano, isto é, seu ser social.

A sociedade que venha a abolir a alienação abolirá não o trabalho, mas as suas condições alienantes. A abolição da divisão do trabalho implica a abolição das distinções que impedem o homem de ser realmente humano. O advento do comunismo significará que os homens podem viver numa sociedade onde já não estarão alienados de si mesmos. Significará a solução do conflito entre o Homem e a Natureza, e a realização, por ele, da liberdade e de sua humanidade universal.
 Acabou a inocência, historiadores. Ousai conhecer...

Referências
(além dos textos obrigatórios citados)
BOTTOMORE, Tom. Dicionário do
Pensamento Marxista. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar editor,
1988.

MÉSZAROS, István. Marx: A teoria da
alienação. Rio de Janeiro, Jorge
Zahar editor,1981.

Música: Do the evolution. Pearl Jam 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Apresentação do Programa. Por que estudar esses caras?

Este será um ano decisivo. Entre as novidades está a escolha deste curso. Muita coisa vai mudar velozmente em suas vidas e como o mundo lhes parece. E, para lembrar que nada, absolutamente nada está fixo no tempo ou nasce pronto, escolhi como nossa primeira ilustração Imagens de nossos autores estudados este semestre quando tinham mais ou menos a idade de vocês. Olhem para esses senhores. A expressão chave do nosso curso é "Tudo o que é Sólido desmancha no ar" .  
Agora, please allow me to introduce myself...
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS -
Programa de Sociologia I para Ciências Sociais Bibliografia em ordem de leitura

Prof. Dario de Sousa e Silva Filho

O curso abordará dois dos autores clássicos da sociologia_ Alexis de Tocqueville e Karl Marx_ procurando situar suas perspectivas de análise nas origens intelectuais da disciplina. Como objetivo o curso deverá apresentar as contribuições originais dos autores, permitindo um diálogo sobre as diferentes visões como ilustração da diversidade de paradigmas do pensamento sociológico. Os fios condutores dessa apresentação serão as construções teóricas dirigidas à explicação do caráter da sociedade moderna, das mudanças sociais e suas repercussões para as relações institucionais, econômicas e políticas entre indivíduo e sociedade: O curso objetiva também ilustrar algumas das conexões entre a sociologia e a história, a economia e filosofia.

A SOCIOLOGIA DE KARL MARX (1818-1883) E FRIEDRICH ENGELS (1820-1895): A SOCIEDADE MODERNA EXPRESSA NO CAPITALISMO


A concepção de “Autocriação” progressiva do homem; O conceito de alienação; A base da teoria do Estado e da sua superação em uma sociedade futura; Os princípios do materialismo histórico; A concepção de práxis. O papel do conflito na teoria de Marx; relativizando teoria e doutrina marxistas: o diálogo com a economia política; o papel da revolução; materialismo x idealismo; a noção de classe; desenvolvimentocapitalista: o caráter histórico do conflito e o lugar de burguesia e proletariado como classes antagônicas; a história e a superação de etapas; a idéia de progresso histórico nos modos de produção e concentração da propriedade; a economia e o diagnóstico das sociedades modernas, a mais valia caracterizando o lucro capitalista, organização econômica do capitalismo; a divisão do trabalho em Marx.

POLANYI, Karl. “O Moinho Satânico” in A Grande Transformação – As origens de nossa
época.  Capítulos IV a VIII. Rio de Janeiro, Editora Campus, 2000.
GIDDENS, Anthony. Capitalismo e Moderna Teoria Social. Lisboa, 1989.
ENGELS, Friedrich. "As Grandes Cidades" in A Situação da Classe Trabalhadora na
Inglaterra . Rio de Janeiro, JZH, 1987.
_________________” Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico” in Marx & Engels– Obras Escolhidas. V. II. Rio de Janeiro, Vitória. 1961.
MARX, Karl. "Teses sobre Feuerbach" in Karl Marx, Os Pensadores, São Paulo, Abril
Cultural, pp. 1987.55-59.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã. São Paulo Hucitec, 1993, Cap I.
pp. 21-77.
_____________________________Manifesto do Partido Comunista. Moscou. Edições
Progresso. 1987.
_____________________________ "Introdução à Critica da Economia Política" in Marx,
Volume I, Coleção Os Pensadores. São Paulo, Nova Cultural, 1987. pp. 3 - 25.

MARX, Karl & ENGELS, Friedrich. "A Mercadoria" in O Capital. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1975. Livro I: pp. 41-48.
_____________________________"Mais Valia Absoluta" in O Capital. Rio de Janeiro.
Civilização Brasileira, 1975. Livro I: pp. 201-223.
_____________________________"A Apropriação da Mais Valia Relativa" in O Capital.
Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1975. Livro I: pp.359-369.